Kuarup, de Ruy Guerra, também foi selecionado para a competição oficial no Festival de Cannes de 1989. Digamos que eu esteja... ridículo nesse filme. Ele tem muitos méritos, ótimos atores, obteve sucesso de público; é um filme bonito. O
livro é lindo, mas nunca consegui assistir ao filme direito. Algumas pessoas,
prestigiados profissionais, já tentaram me convencer de que estou bem
no filme, mas eu não acredito nem a pau. Sempre acho que estão querendo
ser gentis. Tô ruim demais, um panaca. Meu sotaque de pernambucano é uma
piada e, resumindo, foi um fracasso para mim. Bom, essa foi a parte ruim; a parte boa rolou durante as filmagens, quando eu curtia fazer o papel e achava que estava conseguindo compor um Padre Nando que tivesse algo do espírito do personagem do livro. Fiquei acampado em uma barraca a poucos metros da margem das cristalinas águas do Rio Tuatuari, no Xingu. Só rio, areias brancas, árvores, céu, sol, lua, estrelas e fogueiras que eu fazia todas as noites durante os quatro meses em que lá estive. Me sentia em Vênus, às vezes dava vontade de ficar lá para sempre. Algumas
fotos de Kuarup, em que interpreto o Padre Nando. Durante
as filmagens, fui ficando com todas estas caras. Também algumas matérias
que saíram na imprensa.
Alguns
anos após Nando
após tortura
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